sexta-feira, abril 27, 2007

Mas tem lugar para estacionar?

Uma onda de intolerância tomou conta de mim!!!

Não existe pergunta que me desperte mais ódio do que "mas tem lugar para estacionar?". Essa pergunta expressa toda a mediocridade que pode existir numa pessoa.

Pensemos desta maneira, se eu te convido para ir a algum lugar; você me questiona se há lugar para estacionar; eu respondo que não. Não ter lugar para estacionar o impede de ir a este lugar?

Se para você a resposta é sim, acredito que o carro lhe dominou! Na verdade o carro é o meio que leva você aos lugares e não o fim em si mesmo. Se eu realmente quiser ir a algum lugar, não será o estacionamento que me impedirá.

Ontem fui conhecer o novo barzinho da juventude dourada joseense, o Eivissa (adorei saber que é Ibiza em uma língua qualquer, me disseram basco, mas aposto que deve ser valenciano, catalão ou outra qualquer). Durante toda a semana, a pergunta que mais escutei foi o famoso "mas tem lugar para estacionar?". Considerando que o lugar fica numa avenida famosa da cidade (Av. Adhemar de Barros), num bairro rico e comercial (Vila Adyana), a pergunta se torna tão tosca que não sei como as pessoas tinham coragem de perguntar! Meu Deus, estacione na rua! Vão a pé, se estão com medo de que lhes roubem o carro! Sem contar que num bar caro como aquele, é impossível não ter serviço de vallet! Enfim, as cocotas e os rapagões deixaram seus carrões no serviço de vallet e puderam se descontrair no bar.

O pé rapado foi a pé! (Sou vizinho, pago pouco e moro bem!)

Enfim, o Eivissa!

Adorei o lugar. Adorei as companhias (contraditório, mas sou eu este ser contraditório!). Bebi um pouco demais. Dancei muito. Acho que é um dos ambientes mais interessantes que conheci em SJC, bem decorado, leve, um quê de sofisticado. Gostei!
Uma cidade industrial

Depois de todo esse stress a respeito do lugar para estacionar, lembrei-me da definição dos joseenses por novo amigo Ricardo. "É um povo cujo maior objetivo é comprar um carro!".

segunda-feira, abril 23, 2007

Segunda-feira INXS


Segunda-feira diferente!

Devido a muitas horas trabalhadas, umas férias não programadas e minha nova função de key-user do SAP, folguei esta segunda.

Sendo assim, segunda-feira de sol; calor bom, temperaturas agradáveis com tendências a esquentar, esfriar, esquentar; restituição do imposto de renda; transformei a segunda num sábado fantástico!



Achei a trilha sonora perfeita para esta segunda: INXS!

Não que houve excessos, mas como a música caiu bem para as coisas que fiz!


INXS - Never Tear Us Apart

Don't ask me
What you know is true
Don't have to tell you
I love your precious heart

I
I was standing
You were there
Two worlds collided
And they could never tear us apart

We could live
For a thousand years
But if I hurt you
I'd make wine from your tears

I told you
That we could fly
'Cause we all have wings
But some of us don't know why

I
I was standing
You were there
Two worlds collided
And they could never ever tear us apart



segunda-feira, abril 16, 2007



Ócio, Tédio, Programa Sílvio Santos e Woody Allen

Uma viagem me fez ficar em São José dos Campos este final de semana.

Espero toda semana pelo final de semana. Pelo ócio, o ócio criativo, o ócio que me faria sentir novamente no mundo dos pensantes, onde leria mais, ouviria mais, escreveria mais, conversaria com outras pessoas as quais não tenho acesso durante a semana. O fim de semana tranqüilo seria a solução para voltar à elite, aos meus amigos, meus anos dourados da faculdade. Poderia ligar para a Luísa, conversar com o Érico, de repente tomar umas margaritas (minha nova paixão). Combinar com meu irmão a viagem a Brasília. Enfim, por a vida em ordem.

Eis que o ócio se torna preguiça, e como conseqüência vem o Tédio!

Como é incrível a inércia que me move! Acabei passando o final de semana inteiro na Internet, ora acompanhando o Thiago enquanto ele trabalhava, ora procurando na Internet o que eu poderia fazer para vencer o tédio. Acabei lavando, passando, esfregando, cozinhando e pensando. Não li, não escrevi, não liguei (por sorte Luísa me ligou) e a vida passou.

O final de semana em que poria minha leitura em dia teve seu ápice no Programa Sílvio Santos, talvez o oposto do que eu julgava ser, a maior prova que o meio está em mim, ou talvez a lembrança ancestral que Jundiaí ainda está em mim. Como vicia, como prende, como dá esperança. Se não fosse Luísa ter me salvo, com certeza estaria atrás do meu carnê do Baú.

Acho que Luísa me salvou tanto, que depois do telefonema, criei coragem, tomei um banho, me barbeei e fui ao cinema, Woody Allen me distraiu até o tão esperado telefonema de domingo à noite, e o fim de semana acabou, já li a Veja e o sono demorado de manhã acabou me trazendo a insônia que me traz ao blog!

Promessa: Não passar mais nenhum fim de semana sem margaritas.

Scoop

Como eu me divirto com o Woody Allen. Ao todo, assisti na minha vida quatro filmes dele: Melinda e Melinda, Match Point, Annie Hall e agora Scoop (na ordem em que eu assisti). Os dois da fase inglesa, um totalmente americano e um na transição.

Como adoro o tema modernidade, acabo classificando tudo e todos na sua visão de modernidade. Acho o Woody Allen extremamente moderno. Mostra pessoas modernas em situações modernas de maneira moderna. Sem o clichê da neurose, ele é nosso lado cosmopolita ao extremo. Em todos me senti representado.

Achei engraçado como uma das coisas mais lógicas que imagino, o suspense, foi tratado de uma maneira lógica, mas sendo dado por uma coisa totalmente absurda, como um contato mediúnico! Existe lógica no absurdo? Talvez não, mas de repente uma coisa absurda pode ser lógica!

Por fim, na irracionalidade, nos personagens não maniqueístas, com personagens bons em vícios ruins, a história se desenrolou, me divertiu, e salvou este domingo!

Promessa: Preciso rever Match Point!

domingo, abril 08, 2007

Marie Antoinette


Fato marcante desta Páscoa: fui assistir Maria Antonieta no cinema!


Claro que este fato não ocorreu em São José dos Campos, onde este filme não passou e não vai passar. Com certeza os joseenses nem saberão da existência deste filme.


Eu achei tão incrível a maneira com que foi contada a história, a linguagem video-clipe utilizada em cenas que eram típicas do século XVIII.


Talvez a história seja um pouco conservadora ao afirmar que as inconsequências da juventude podem levar a um caminho sem volta. Só para ser clichê é importante afirmar que também temos um pouco de Maria Antonieta, talvez a música dos 80, lembre isso a todo instante!


Pontos a destacar:


Ótimo feriado. Devidamente descansado e com a pele ótima!.


Um filme bom fica melhor com uma companhia boa e um cigarro depois da sessão


Estou cada vez mais caseiro. Será a idade?

quinta-feira, abril 05, 2007

Campinas! Aí vou eu!

Avec mes souvenirs
J'ai allumé le feu
Mes chagrins, mes plaisirs
Je n'ai plus besoin d'eux!

Balayés les amours
Et tous leurs trémolos
Balalyés pour toujours
Je repars à zéro!

Car ma vie, car mes joies
Aujourd'hui,
ça commence avec toi!

Eu realmente não me arrependo de nada!!!

Boa Páscoa!!!

segunda-feira, abril 02, 2007

E a Classe Operária vai ao Paraíso!


“Eu não trabalhava
Eu não sabia!
Que o homem criava
E também destruía!

Homem Primata!
Capitalismo Selvagem!”


Acabou mais uma overdose de trabalho!

Eu ando cada vez mais fascinado com a idéia do trabalho e do seu papel na sociedade. Talvez esteja me tornando um marxista convicto. Não tanto na idéia que o operário será a classe que porá fim a luta de classes construindo uma nova sociedade e acabando com o motor da história, mas acreditando piamente no papel do trabalho na formação do indivíduo e na sua capacidade de fazer-nos uma classe em si e para si.

Acho ainda a idéia de superação do capitalismo mais um desejo que uma tendência universal, ou melhor, talvez essa tendência universal tenha passado e os marxistas de plantão ainda não perceberam que levaram uma rasteira deste modus vivendi ocidental que opera em todos os níveis de nossa vida. Não é a toa que o Che vive em camisetas de pessoas que não sou o homem ideal, nascido da luta de classe.

Terminado esta loucura de trabalho, percebo como o trabalho pode sim moldar o indivíduo. Talvez assim como o sexo (aliás, essa percepção do sexo como um elemento não libertador, e sim como moldador da nossa vida em sociedade seja uma das discussões mais interessantes que já tive – valeu Mauricio! Ainda preciso ler Foucault!), o trabalho enraíza comportamentos, hierarquias, subserviência, mas também pode ser um elemento transformador, desde que seguido num ambiente não machista, de respeito, de respeito as individualidades.

Acho que depois desta jornada, comecei a olhar o trabalho de uma maneira muito peculiar. Espero que eu seja um elemento transformador do meu ambiente de trabalho e não simplesmente um moldado por ele. Embora seja uma postura não profissional, adoro observar o mise-en-scène dos meus diretores em busca do bem de todos e do seu bem próprio, e como seus subordinados os acompanham nos suas apresentações. Mas uma coisa que me tem chocado ultimamente, é como a possibilidade de um poder (que não é real, nem simbólico, e sim esperança), pode acabar com a solidariedade de classe. Como os peões de escritório têm esperança em ser gerente!

Amanhã é aniversário da cidade de Jacareí e é feriado. Talvez, se na fábrica, o paraíso da classe operária seja a greve; no escritório a classe operária vai ao paraíso quando chega um feriado, e aí todas as máscaras caem e todos criam uma nova realidade, as pessoas se percebem e todo mundo vai embora feliz e contente para suas casas.

Depois de três dias trabalhando mais que 12 horas dias (ainda bem que houve muitas lutas para uma jornada de 8 horas, caso contrário teria trabalho 16!), estou indo para minha casa gozar o feriado (oxalá bem gozado!!!)

Viva a cidade de Jacareí!