segunda-feira, abril 16, 2007



Ócio, Tédio, Programa Sílvio Santos e Woody Allen

Uma viagem me fez ficar em São José dos Campos este final de semana.

Espero toda semana pelo final de semana. Pelo ócio, o ócio criativo, o ócio que me faria sentir novamente no mundo dos pensantes, onde leria mais, ouviria mais, escreveria mais, conversaria com outras pessoas as quais não tenho acesso durante a semana. O fim de semana tranqüilo seria a solução para voltar à elite, aos meus amigos, meus anos dourados da faculdade. Poderia ligar para a Luísa, conversar com o Érico, de repente tomar umas margaritas (minha nova paixão). Combinar com meu irmão a viagem a Brasília. Enfim, por a vida em ordem.

Eis que o ócio se torna preguiça, e como conseqüência vem o Tédio!

Como é incrível a inércia que me move! Acabei passando o final de semana inteiro na Internet, ora acompanhando o Thiago enquanto ele trabalhava, ora procurando na Internet o que eu poderia fazer para vencer o tédio. Acabei lavando, passando, esfregando, cozinhando e pensando. Não li, não escrevi, não liguei (por sorte Luísa me ligou) e a vida passou.

O final de semana em que poria minha leitura em dia teve seu ápice no Programa Sílvio Santos, talvez o oposto do que eu julgava ser, a maior prova que o meio está em mim, ou talvez a lembrança ancestral que Jundiaí ainda está em mim. Como vicia, como prende, como dá esperança. Se não fosse Luísa ter me salvo, com certeza estaria atrás do meu carnê do Baú.

Acho que Luísa me salvou tanto, que depois do telefonema, criei coragem, tomei um banho, me barbeei e fui ao cinema, Woody Allen me distraiu até o tão esperado telefonema de domingo à noite, e o fim de semana acabou, já li a Veja e o sono demorado de manhã acabou me trazendo a insônia que me traz ao blog!

Promessa: Não passar mais nenhum fim de semana sem margaritas.

Scoop

Como eu me divirto com o Woody Allen. Ao todo, assisti na minha vida quatro filmes dele: Melinda e Melinda, Match Point, Annie Hall e agora Scoop (na ordem em que eu assisti). Os dois da fase inglesa, um totalmente americano e um na transição.

Como adoro o tema modernidade, acabo classificando tudo e todos na sua visão de modernidade. Acho o Woody Allen extremamente moderno. Mostra pessoas modernas em situações modernas de maneira moderna. Sem o clichê da neurose, ele é nosso lado cosmopolita ao extremo. Em todos me senti representado.

Achei engraçado como uma das coisas mais lógicas que imagino, o suspense, foi tratado de uma maneira lógica, mas sendo dado por uma coisa totalmente absurda, como um contato mediúnico! Existe lógica no absurdo? Talvez não, mas de repente uma coisa absurda pode ser lógica!

Por fim, na irracionalidade, nos personagens não maniqueístas, com personagens bons em vícios ruins, a história se desenrolou, me divertiu, e salvou este domingo!

Promessa: Preciso rever Match Point!

2 comentários:

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Renato, vc escreve muito bem. Meu fds não foi de todo ruim, mas o tédio me perseguiu mesmo cercado de amigos de longa data. Bom fds em brasília e até o feriado.
;)