quarta-feira, março 26, 2008

Mudanças ao som de tango

Fiz minha mudança de São José dos Campos ouvindo tango. Decidi comprar uma cuia e escutar coisas mais modernas...

Vida Mia
(Emílio e Osvaldo Fresedo - 1934)

Siempre igual es el camino
que ilumina y dora el sol...
Si parece que el destino
más lo alarga
para mi dolor.
Y este verde suelo,
donde crece el cardo
lejos toca el cielo
cerca de mi amor...
Y de cuando en cuando un nido
para que lo envidie yo.

Vida mia,
lejos más te quiero.
Vida mia,
piensa en mi regreso.
Sé que el oro
no tendrá tus besos,
y es por eso que te quiero más.
Vida mia,
hasta apuro el aliento
acercando el momento
de acariciar
felicidad.
Sos mi vida
y quisiera llevarte
a mi lado prendida
y así ahogar
mi soledad.

Ya parece que la huella
va perdiendo su color
y saliendo las estrellas
dan al cielo
todo su esplendor.
Y de poco a poco
luces que titilan
dan severo tono
mientras huye el sol.
De esas luces que yo veo
ella una la encendió


Tango

Adoro tango, acho que tem decadência, soberba, sedução, é combativo, nostálgico, marcado. Combina comigo, consigo trabalhar escutando tango. Assim como o espanhol me dá a sensação de ser mais preciso, o tango me dá a sensação de ser lógico, lógico mesmo na mais completa falta de razão.

terça-feira, março 25, 2008

Inconsciente musical - Normalista

Engraçado isso, acabei fissurado numa música absurda, a Normalista, na voz do Nelson Gonçalves. Será que a vontade de ser professor que tinha na infância apareceu? Será que é essa tendência ao Romantismo e na fuga ao passado? Será o melodrama?

A Normalista

Vestida de azul e branco
Trazendo um sorriso franco
Num rostinho encantador

Minha linda normalista
Rapidamente conquista
Meu coração sem amor

Eu que trazia fechado
Dentro do peito guardado
Meu coração sofredor

Estou bastante inclinado
A entregá-lo aos cuidados
Daquele brotinho em flor

Mas a normalista linda
Não pode casar ainda
Só depois que se formar

Eu estou apaixonado
O pai da moça é zangado
E o remédio é esperar

domingo, março 23, 2008

Desempregado, mas feliz!

No final do meu inferno astral resolvi fazer uma correção de rota, abandonei no mesmo instante São José dos Campos e meu emprego. Tanto São José dos Campos como meu emprego eram bem medíocres (a palavra certa seria ordinários, mas ordinário virou adjetivo do tchan, não dá mais para usar). Tinham coisas muito boas, coisas muito ruins, e um grande período de incerteza que só me dava vontade de fazer outras coisas.

A correção do rumo foi acertada, passo meus dias estudando pra concurso e para o mestrado em economia. Claro que eu preciso comer e viver, engraçado que tenho uma fé que vou resolver isso rápido, bem se até maio não resolver aí vou me preocupar mais. Do mais, acordo, fuço algumas vagas no catho, estudo, almoço, leio; por enquanto tudo sob controle (com uma ansiedade aumentando a cada dia mas até nisso o tempo é bom, me permite encontrar terapias alternativas a ela!).

A grande meta agora é assistir uma gravação do Viola minha Viola, infelizmente, a parte triste do desemprego é que não vou poder ver o Charles Aznavour... R$ 200,00 por um momento melancólico em francês é muito caro, consigo andar 100 vezes de trem com essa grana!

sexta-feira, março 07, 2008

A minha minissérie

Queridos Amigos
James tira sarro de mim quando eu me refiro à minissérie "Queridos Amigos" como a "minha minissérie". Mas não consigo não usar o minha, assim como a gente lê um livro grande que a gente se envolve com ele, minisséries e novelas são assim, passam a ser nossas. E aí nada mais fácil do que dizer: "poxa vida, vou perder minha minissérie". Ao contrário do livro que é só você continuar da onde você parou, na minissérie você tem que acompanhar a tv. Então fica combinado que ninguém vai querer fazer nada no final da minissérie, afinal, se não assitir, como saberei o final? Quero assistir a minissérie à antiga, correndo pra casa para assistir.
Acho que a Rede Globo é a grande culpada por eu não suportar ler contos. Os únicos que consegui e gostei foram do Cortázar porque, pela difculdade da língua e por serem tão fantásticos, convivia com eles por algum tempo depois de terminar. Não consigo me envolver com um conto. Não dá tempo de sentir seus personagens, de simpatizar com eles, de torcer, de sonhar. Como assisto novela, acho que me acostumei a acompanhar histórias por um período de tempo, e aí, não tenho envolvimento algum com os contos.
Voltando a minissérie, estou adorando, não é lá um recorte muito profundo, tende ao clichê, mas são clichês tão meus! Existe uma aura de politização maniqueísta tão bonitinha que lembram as minhas discussões com o James. Além disso têm personagens interessantíssimos que são arquétipos, e a gente se identifica com todos eles.
A minissérie me fez até a pensar em Milton Nascimento como uma opção musical...
Insônia
Estou com uma insônia pesada, e o pior, fiz coisas que pioram a insônia, acho que 50% é culpa da Lei das Águas (resolvi hoje prestar o concurso do ministério do meio ambiente), outros 30% é culpa do meu aniversário, fiquei pensando em tantas coisas pra fazer no meu aniversário que fiquei acordado, os outros 20% é a maldita propensão à insônia, um dia tomo coragem e vou viver feliz no mundo do lexotan.
Observação sobre a Abertura
Estava pronto para pôr aqueles quadrinhos do youtube com a abertura, quando infelizmente percebi que no fim, alguma alma bem intencionada colocou a imagem de um homem desaparecido. Acabei me lembrando de uma coisa: tenho horror a essas figuras de gente desaparecida, eu tenho muito medo, me arrepia, me faz ficar ainda mais acordado. Eu morro de medo de encontrar essas pessoas, morro de medo de aparecer num quadrinho desses. Quando morava em Jundiaí, assistia ao Linha Direta e morria de medo de encontrar aquelas pessoas. Loucura né?
Medo de imagens?
Nossa, que viagem, mas meus medos de infância mais irracionais estão ligados à imagens. Tinha medo de uma capa de um disco do Roberto Carlos (Roberto Carlos, 1970), tinha medo da foto de um polvo que tinha num jogo de memória e não gostava do livro com a letra A da Barsa por causa das fotos de Artrópodes. Acho que esses eram meus grandes medos de infância. Na adolescência desenvolvi o medo por imagens de pessoas procuradas e desaparecidas, estranho né?
Vou por o quadrinho, mas nunca mais vou vê-la,pelo menos a que encontrei no youtube. Fiquei com medo!