Reflexões
Eu acredito que a melhor definição de brega está no uso exagerado de clichês. A quantidade absurda de lugares-comuns faz com que uma música, um filme, uma situação traga para si toda a lembrança de coisas mais bregas o que acaba por estragar até um bom argumento. Talvez por nossa língua permitir tantos jogos, a linguagem direta me parece um pouco vulgar, pode ser que seja um lado meu barroco, mas realmente são poucas as coisas que ditas claramente que me pareçam elegantes. Quando aprendi espanhol, me chocava por ser o espanhol uma língua muito mais direta que a nossa, e realmente, a linha da breguice é tão tênue no espanhol. O francês também transita bem nessa linha, entretanto, não consigo me lembrar de canções românticas em inglês que não sejam bregas.
Como eu cresci ouvindo muitas músicas recheadas de clichês, aprendi a gostar delas, talvez me interesse mais os argumentos do que a forma com que foram escritas. As canções exageradas, que geralmente são cheias de clichês me consolam por osmose. Meu sofrimento que é menor do que o destas canções permite que haja o transporte do menos denso para o mais. É batata, começa algum desespero e lá estou eu lembrando de músicas absurdas, com situações absurdas, exageradas, cheias de lugares comuns.
Como as coisas com o meu trabalho se agravando e chegando perto de uma solução final. Hoje, ao sair apressado da fábrica, acabei cantando uma música da Roberta Miranda. Trágica, absurda, e cantei de uma maneira tão ridícula (com todos os femininos, já que não dava pra masculinizar a canção) que fiquei até com vergonha do guarda da portaria.
http://app.uol.com.br/radiouol/index.php?param1=mail&codmusica=000316-5_02
A tragédia e o melodrama
Bem, uma vez li que a diferença entre a tragédia e o melodrama é que a tragédia nos põe frente a um ponto onde temos que fazer escolhas, enquanto o melodrama nos induz a um único caminho. Acho que todas as canções exageradas não dão aos seus intérpretes muitas escolhas
A via Jorge Drexler
A primeira vez que imaginei uma opção de amor, na música, que fugisse do melodrama foi com Jorge Drexler. Acho fantástico que ele cante o amor de uma maneira tão tranqüila, não se encaixa de maneira nenhuma no trágico. Engraçado que no momento em que mais me aproximei de Jorge Drexler foi no momento que pude escolher entre o melodrama e a tragédia, e aceitei a tragédia e a escolha que ela me trouxe.
A redenção por Truffaut
Depois de Beijos Roubados, pude perceber que é possível levar meus momentos extremos e desencontrados de uma maneira bem mais Antoine Doinel. Incrível, descobri um mundo de situações, de aproximações, e acho que andei uns bons três anos na minha terapia. Acho que a via brega se deu mais por falta de histórico do que por uma tendência... Mas que eu ainda canto muita coisa brega, ah, canto...
Como eu cresci ouvindo muitas músicas recheadas de clichês, aprendi a gostar delas, talvez me interesse mais os argumentos do que a forma com que foram escritas. As canções exageradas, que geralmente são cheias de clichês me consolam por osmose. Meu sofrimento que é menor do que o destas canções permite que haja o transporte do menos denso para o mais. É batata, começa algum desespero e lá estou eu lembrando de músicas absurdas, com situações absurdas, exageradas, cheias de lugares comuns.
Como as coisas com o meu trabalho se agravando e chegando perto de uma solução final. Hoje, ao sair apressado da fábrica, acabei cantando uma música da Roberta Miranda. Trágica, absurda, e cantei de uma maneira tão ridícula (com todos os femininos, já que não dava pra masculinizar a canção) que fiquei até com vergonha do guarda da portaria.
http://app.uol.com.br/radiouol/index.php?param1=mail&codmusica=000316-5_02
A tragédia e o melodrama
Bem, uma vez li que a diferença entre a tragédia e o melodrama é que a tragédia nos põe frente a um ponto onde temos que fazer escolhas, enquanto o melodrama nos induz a um único caminho. Acho que todas as canções exageradas não dão aos seus intérpretes muitas escolhas
A via Jorge Drexler
A primeira vez que imaginei uma opção de amor, na música, que fugisse do melodrama foi com Jorge Drexler. Acho fantástico que ele cante o amor de uma maneira tão tranqüila, não se encaixa de maneira nenhuma no trágico. Engraçado que no momento em que mais me aproximei de Jorge Drexler foi no momento que pude escolher entre o melodrama e a tragédia, e aceitei a tragédia e a escolha que ela me trouxe.
A redenção por Truffaut
Depois de Beijos Roubados, pude perceber que é possível levar meus momentos extremos e desencontrados de uma maneira bem mais Antoine Doinel. Incrível, descobri um mundo de situações, de aproximações, e acho que andei uns bons três anos na minha terapia. Acho que a via brega se deu mais por falta de histórico do que por uma tendência... Mas que eu ainda canto muita coisa brega, ah, canto...