sexta-feira, abril 25, 2008

Falsa Loura


O Filme

Pela sinopse do filme não imaginei que teria tamanho impacto. Acabei entrando no cinema mais pelo horário favorável e pela lembrança de “Garotas do ABC”. A idéia da personagem principal ser uma operária também foi determinante. Passei minha manhã em Mauá andando de trem.

Como é fantástico que um diretor sintetize de uma maneira bastante realista muitas idéias que tenho. Machismo e homofobia são frutos da luta de classe e o sexo acaba sendo o campo de batalha, tanto das classes como das suas diferenciações. Se em “Garotas do ABC” essa relação com o sexo era primordial, em “Falsa Loira” entra em cena a cultura, que também é campo de batalha da luta de classe.

Com o que eu falei acima pode parecer que o filme seja de uma chatice tremenda, mas não é. Com grandes metáforas e um tema muito realista, quase descritivo, o diretor mostra na tela todas as minhas grandes questões marxistas.

Pode parecer um chavão absurdo, mas em ambos filmes encontrei personagens que fizeram parte da minha infância no Parque Eloy Chaves e da minha vida operária na Cebrace. Talvez algumas cenas possam parecer exageradas, mas não deixam de ser verossímeis. Conheci Silmaras, Micheles e todos os outros personagens!


Rosane Mulholland


Fiquei surpreso com a atriz. Sempre achei que era uma atriz de Malhação, mas me pareceu tão bem no papel. Tenho receio em classificar atores. Não sei nada sobre a técnica de representação, o que me deixa somente com a possibilidade de avaliá-los pela realidade (ou o efeito contrário quando desejado) que passam. Adorei vê-la no filme, parece que foi feito para ela.


Carlos Reichenbach


Minha meta é ver mais filmes deste cara, depois de Garotas do ABC e Falsa Loura, acho que merece que eu o veja mais...

sexta-feira, abril 11, 2008

Respeito por você!

Estou escrevendo este post para fazer uma comparação entre os dois slogans dos últimos dois governadores do Estado, sai o Respeito por você do Alckmin e entra o Trabalhando por você do Serra.

É incrível como o serviço público pode conter em si um papel moralizador. Moralizador no sentido de dar a população um padrão de moral, como se um padrão moral pudesse ser construído do alto do governo para toda a população. Pode ser que seja um sintoma autoritário, embora me pareça muito mais uma atitude fascista. Desta postura, o “Respeito por você” é muito sintomático, bem como os aviso que são dados nos trem no metrô e da CPTM (“Os assentos diferenciados são de uso preferencial, respeite esse direito”). É muito fácil cair nestas armadilhas. Uma vez constituído um corpo burocrático técnico, deve-se transmitir o certo para a população para que ela respeite o direito tal qual o Estado concebeu para ela. Afinal, dentro desse corpo está a lei e o saber técnico, não há mais nada que possa contrariá-lo. Bem, não só de fascismo vive esse tipo de postura, no extremo oposto do espectro político também podemos encontrar esse mesmo tipo de postura, talvez sem o uso tão corrente da palavra respeito. Pelo que vejo, a esquerda também adora construir um novo homem a partir de uma classe revolucionária, ou de uma vanguarda esclarecida, e também desta forma a população deve ser guiada pelo saber.

Assistindo algumas palestras hoje sobre a percepção do serviço público pela população, acabei um pouco encucado com um tema, o que torna um o usuário de um serviço público cidadão e não consumidor? Quando nos pomos na postura que devemos passar um certo tipo de comportamento, ou uma maneira certa de utilização desse serviço público para a população, acredito que estamos transformando-a em consumidora (ou às vezes nem em consumidora, já que muitos serviços públicos além de estipular um padrão moral não respeitam seus usuários nem como consumidores e sim como reféns). Torná-la cidadã implica além de respeitá-la como consumidora (triste palavra essa, mas não há como não atender um cidadão com critérios de qualidade e com avaliação econômica positiva) permitir a ela que influencie nas decisões, prioridades e planejamento deste serviço.

Voltei para casa com a sensação de que para considerar cidadãos os usuários de um serviço público, este deve estar a serviço desse usuário, com ele influenciando nos seus destinos, fazendo do serviço um “desejo coletivo” desta população. A resposta técnica deve ser conseguida a partir desse desejo coletivo, influenciando a maneira de implantar essa política bem como esclarecendo a sociedade dos custos deste desejo coletivo.

No caso do transportes públicos, tanto eles influenciam na construção das cidades como são influenciados por elas, sendo assim, uma política de transporte público deve estar dentro de uma política urbana. O Estatuto das Cidades prega uma gestão democrática das políticas urbanas, e sendo o transporte público uma política urbana, não deveríamos estar construindo uma forma de garantir uma gestão democrática da política de transporte?

Acho que essa é uma dimensão agradável desse meu novo trabalho. Como ser técnico, responsável e ainda assim garantir uma gestão democrática dos transportes públicos? Algo me diz que deveria ler um pouquinho mais de Habermas para chegar a alguma conclusão...

quinta-feira, abril 10, 2008

Bêbado ao som de Carpenters!

Estou feliz hoje: andei no expresso leste, tomei caipirinhas e por pouco não fui cantar Carpenters num karaokê japonês! Enfim, estou morando na Liberdade e a música abaixo me fez pensar na vida...

Only Yesterday

Everyone must face their share of loneliness
In my own time nobody knew
The pain I was goin' through
And waitin' was all my heart could do
Hope was all I had until you came

Maybe you can't see how much you mean to me
You were the dawn breaking the night
The promise of morning light
Feeling the world surrounding me
When I hold you

Baby, Baby
Feels like maybe things will be all right
Baby, Baby
Your love's made me
Free as a song singin' forever

Only yesterday when I was sad
And I was lonely
You showed me the way to leave
The past and all its tears behind me
Tomorrow may be even brighter than today
Since I threw my sadness away

Only Yesterday

I have found my home here in your arms
Nowhere else on earth I'd really rather be
Life waits for us Share it with me
The best is about to be
So much is left for us to see
When I hold you

terça-feira, abril 08, 2008

Por que voto e sempre votarei no Suplicy para Senador!

Trabalhando por você!

Desde 1º de abril tornei-me um funcionário de uma empresa pública estadual. Não sou um servidor público, tampouco um funcionário de uma empresa privada. Sou um CLTista cujo patrão é o governador do Estado de São Paulo. Lógico, que a partir daí entramos numa zona fantástica. Sou funcionário do Serra e eu votei no meu chefe para ele ser meu chefe!

O engraçado é que muita coisa mudou quando passei a trabalhar para o Estado, desapareceram algumas preocupações artificiais que discutia no almoço (aumento do consumo de vidro, diminuição da produção de vidro float, job rotation dos gerentes) para surgirem discussões fantásticas que permeiam meu cotidiano e que estão diretamente relacionadas com meu trabalho, tais como quem será o próximo governador, se o transporte público deve dar lucro, qual interferência as empresas privadas devem ter no sistema de transporte. Como somos engenheiros na maioria, as vezes conversamos sobre alguns temas meio tabus, como taludes, drenagem e outras cositas más... enfim, estou adorando ser um engenheiro e adorando ser um quase servidor público.

O mais legal de tudo isso é que até o dia 13 de agosto estou em treinamento. Isso quer dizer que voltei a faculdade. Os temas vão desde eletrificação das linhas, passando por planejamento dos transportes metropolitanos, construção de ferrovias, chegando a um treinamento de três dias sobre a lei de licitações e sobre as PPPs.

Estou em casa na CPTM! A propósito, vou trabalhar de jeans, camiseta e tênis! =)

São Paulo, São Paulo,

Aliás, interessante mudar para uma cidade e trabalhar na questão principal desta cidade, acho que inserção em São Paulo vai ser mais fácil que a inserção em São José dos Campos. No entanto, nunca tinha sentido a poluição desta maneira, percebo hoje o quão essa cidade é poluída.

Mas é fantástico ir trabalhar de trem, ver uma multidão nas ruas, de repente descer na Avenida Paulista ou sair do metrô e ver a Catedral da Sé, o prédio do Banespa. Vale a pena!