domingo, novembro 30, 2008

Decisão!

Em trânsito

É muito fácil andar em São Paulo. Tinha um objetivo e dois cartões. Precisava ir até a Paulista comprar um presente e levá-lo na casa de uma amiga em Perdizes e tinha a minha disposição um cartão fidelidade da STM e um cartão do bilhete único. Como não sou um usuário freqüente de ônibus entrei no metrô São Joaquim e quando fui passar o cartão tive uma dúvida cruel, usaria qual cartão?

O itinerário então teve que ser feito na minha cabeça para que pudesse fazer a escolha mais racional, entrei no metrô com o bilhete único e quando sentei no trem me convenci de que fizera a escolha correta. Afinal, depois de almoçar e comprar o presente na Avenida Paulista teria que pegar um ônibus até Perdizes, teria três horas de intervalo para pegar esse ônibus.

Assim foi feito, quando entrei no ônibus e vi que só haviam descontado R$ 1,25 fiquei com uma sensação de pessoa sábia (pessoa que nunca usa o ônibus!), de que havia feito a escolha correta. Tive alguma dificuldade para descobrir o ônibus, assim que o achei, embarquei e fui visitar Luísa.

Quando fui embora, surgiu novamente a dúvida, afinal, deveria escolher um caminho que fosse mais barato, e pensando bem seria ônibus, trocaria de ônibus indefinidamente até chegar perto de casa. No entanto, tinha uma carta na manga: como trabalho na CPTM, poderia entrar nas estações de trem metropolitano sem pagar, aí foi fácil a escolha, pegaria um ônibus até a Barra Funda e de lá, entraria pelo trem metropolitano e depois usaria a transferência gratuita da STM. Peguei o ônibus e para minha surpresa, por ser feriado ainda estava valendo meu bilhete único, cheguei na Barra Funda e entrei sem pagar pela CPTM transferindo gratuitamente para o metrô e chegando no metrô São Joaquim gastando apenas R$ 3,65. Poderia ter sido somente R$ 2,30 se tivesse utilizado o sistema de ônibus. Se tivesse utilizado o cartão fidelidade na entrada do metrô teria custado R$ 4,60 e se não fosse funcionário da CPTM e quisesse voltar para a casa de metrô a ida e a volta poderia ter custado R$ 7,00!

Em algum lugar do céu Adam Smith deve ter rido da minha preocupação com a escolha dos cartões!

sábado, novembro 29, 2008

10 anos

10 anos que saí do Colégio Técnico e 10 anos que entrei na Unicamp.

O problema nem é tanto a questão do tempo que passa, acho que com isso sou bem resolvido. Mas interessante vai ser encontrar pessoas que depois desse tempo todo, serão praticamente desconhecidas e cujo único laço é termos estudados juntos. São pessoas que têm outra vida, ou vidas muito distintas e que vão se encontrar para viver um passado que talvez não tenha sido nem tão bom assim; mas como somos Românticos (com R maiúsculo) transformamos tudo numa coisa idílica.

Não que não tenha trazido boas lembranças, as tenho e estão bem conservadas. Assim como trouxe alguns amigos que também estão muito bem guardados comigo.

Pois bem, pensando nisso, acordando com um pouco de ressaca depois de sair com amigos que não têm nenhum vínculo com nenhuma dessas comemoração, lembrei-me de uma música da Françoise Hardy que posto abaixo. (que fique bem claro que não acordei triste nem bêbado!)

L'Amitie

Beaucoup de mes amis sont venus des nuages
Avec soleil et pluie comme simples bagages
Ils ont fait la saison des amitiés sincères
La plus belle saison des quatre de la terre

Ils ont cette douceur des plus beaux paysages
Et la fidélité des oiseaux de passage
Dans leurs cœurs est gravée une infinie tendresse
Mais parfois dans leurs yeux se glisse la tristesse

Alors, ils viennent se chauffer chez moi
Et toi aussi tu viendras
Tu pourras repartir au fin fond des nuages
Et de nouveau sourire à bien d'autres visages
Donner autour de toi un peu de ta tendresse
Lorsqu'un autre voudra te cacher sa tristesse

Comme l'on ne sait pas ce que la vie nous donne
Il se peut qu'à mon tour je ne sois plus personne
S'il me reste un ami qui vraiment me comprenne
J'oublierai à la fois mes larmes et mes peines

Alors, peut-être je viendrai chez toi
Chauffer mon cœur à ton bois

quarta-feira, novembro 26, 2008

Desodorante 48h!

Fui ao mercado hoje e fique pensando numa coisa: por que cargas d'água alguém inventou um desodorante 48h? Deveria ser proibido por lei.
Um desodorante que dura 48 h é um atentado a saúde pública. Indica que a pessoa pode, se quiser, não tomar banho por dois dias. Uma vez fiquei dois dias sem tomar banho (calma, calma, era uma viagem e realmente não dava pra tomar banho) e se eu ficasse uma hora além daquele limite, provavelmente, me atiraria na frente de um carro, não me aguentava mais!
Dois dias sem banho é um portal para a mendicância. É renunciar sua civilidade. Não deve ser incentivado! O pior é que observando as pessoas que pegavam esse desodorante na gôndola, tive quase certeza que eles tentariam o limite das 48 h.

Gin Tônica!

Pense numa coisa boa e ela combinará com Gin Tônica. Confesso que não sou um grande consumidor, mas o Gin é fascinante. É lindo observar aqueles copos longos com gin. É perfumado. Duvido que os perfumes não sejam feitos dele. O copo é servido e quando você o põe em suas mãos se torna uma outra pessoa.

Outra pessoa com mais estilo, mais integrada às coisas boas. Pode ser num bar barulhento, num restaurante fino. Um copo de gin lhe transforma. Abre possibilidades de conversas. Atrai uma certa curiosidade. Você pega um copo de gin tônica e a festa começa. Parece aqueles comerciais de Martini Bianco, as pessoas se tornam bonitas, as conversas interessantes, todos riem, até o som do ambiente melhora.

Gin lembra Aretha Franklin, Nina Simone, às vezes lembra Donna Summer; lembra cigarro. De maneira nenhuma é elitista. Um amigo meu diz que é bebida de puta. É a prova cabal de que gin tônica é transversal. Está além de classes, tem a ver com o íntimo da pessoa.

Sexta-feira é dia de Gin Tônica!

domingo, novembro 09, 2008

Felicidade é jogar buraco!

Dois casais se reúnem para conversar. Dois deles são amigos de faculdade e os outros dois são os “agregados”. Adoro quando recebo um convite onde se diz que podemos levar os agregados. E não deixam de ser agregados, mais do que uma boca agregada, agregam também o diferente, o inovador. Agregam a semelhança que os fizeram amigos na faculdade. Agregam uma certa dose de hábitos e costumes, uma certa repetição dos encontros dos pais com os tios e amigos.

Ser casal só é possível com um casal amigo. Numa mesa com dois casais se consegue perceber o significado social de ser casal, a existência comungada. Quatro garrafas de vinho depois surge a possibilidade de verificar como a felicidade de ser um casal é reunir-se com outros casais. Quando era criança, meus pais costumavam jogar buraco com alguns outros casais aos sábados; às crianças, cabia assistir televisão após a pizza enquanto os mais velhos jogavam baralho. Talvez venha daí meu fascínio por encontros de casais. Associei ser adulto com o baralho e a bebida, porei mais um vício, fumar, e teremos os três vícios fundamentais. Ser adulto é beber, fumar e jogar acompanhado e em companhia de outro casal.

Abandonarás teu pai e tua mãe e beberás, fumarás e jogarás baralho com seu agregado junto a outro casal! Com isso, poderás constituir família, se portar como um ser civilizado, e principalmente ser adulto. Não é uma felicidade burguesa, é uma felicidade transversal. Proletários ou burgueses, ricos ou pobres, só serão um casal de verdade quando visitarem um outro casal! Se jogarem buraco, melhor. Ali também aprenderam a trabalhar em equipe e aumentarão a chance de viverem felizes para sempre.