Com certeza o tempo de Maringá não é o tempo de São Paulo, sempre fico com a impressão que a ação lá demora mais para acontecer. Até o imprevisto e o temporal tem sua formação mais demorada e quando ocorrem, ocorrem numa intensidade maior que aqui em São Paulo.
Lá em Maringá não existe a urgência daqui, o que permite que tudo se encaixe no seu devido tempo. A chuva aqui tem que cair e cairá com o arranjo que estiver disponível, com o que for possível, enquanto lá, ela acontece, quando todos seus elementos se encaixarem naturalmente.
Quando chego em Maringá minhas urgências não encontram circunstâncias e quando surgem as circunstâncias não há mais urgência e me sinto acelerado, um pouco angustiado por não interferir nas circunstâncias, já que estas simplesmente acontecem e me levam. Existe uma inércia do tempo que se sobrepõe ao banco que fecha, à loja que abre ou ao dia que rende.
O primeiro dia depois de Maringá é a afirmação do ser paulista. Volto a pelejar com o dia, a tentar extrair o máximo dele, a otimizar caminhos e intenções, a me admirar do quanto fiz render o dia; é uma mudança frenética das circunstâncias forçando seu encaixe. Vendo a chuva acontecer.
Chegando em casa, telefono para Maringá e o tempo da chamada se sobrepõe às duas realidades, tudo se encaixa naturalmente e com urgência, abarcando os dois mundos. É hora de dormir.
Nenhum comentário:
Postar um comentário