terça-feira, junho 24, 2008

Une matin avec Françoise Hardy


Le premier bonheur du jour

Le premier bonheur du jour
C'est un ruban de soleil
Qui s'enroule sur ta main
Et caresse mon épaule
C'est le souffle de la mer
Et la plage qui attend
C'est l'oiseau qui a chanté
Sur la branche du figuier

Le premier chagrin du jour
C'est la porte qui se ferme
La voiture qui s'en va
Le silence qui s'installe
Mais bien vite tu reviens
Et ma vie reprend son cours
Le dernier bonheur du jour
C'est la lampe qui s'éteint

Tout les garçons e le filles

tous les garçons et les filles de mon âge
se promènent dans la rue deux par deux
tous les garçons et les filles de mon âge
savent bien ce que c'est d'être heureux
et les yeux dans les yeux et la main dans la main
ils s'en vont amoureux sans peur du lendemain

oui mais moi, je vais seule par les rues, l'âme en peine
oui mais moi, je vais seule, car personne ne m'aime

mes jours comme mes nuits
sont en tous points pareils
sans joies et pleins d'ennuis
personne ne murmure "je t'aime" à mon oreille

tous les garçons et les filles de mon âge
font ensemble des projets d'avenir
tous les garçons et les filles de mon âge
savent très bien ce qu'aimer veut dire

et les yeux dans les yeux et la main dans la main
ils s'en vont amoureux sans peur du lendemain

oui mais moi, je vais seule par les rues, l'âme en peine
oui mais moi, je vais seule, car personne ne m'aime

mes jours comme mes nuits
sont en tous points pareils
sans joies et pleins d'ennuis
oh! quand donc pour moi brillera le soleil?

comme les garçons et les filles de mon âge
connaîtrais-je bientôt ce qu'est l'amour?
comme les garçons et les filles de mon âge
je me demande quand viendra le jour

où les yeux dans ses yeux et la main dans sa main
j'aurai le coeur heureux sans peur du lendemain
le jour où je n'aurai plus du tout l'âme en peine
le jour où moi aussi j'aurai quelqu'un qui m'aime








quarta-feira, junho 11, 2008

Quem sai aos seus não degenera

“Regressar é reunir dois lados”

“Pero el viajero que huye
Tarde o temprano detiene su andar”

Depois de passar por quase todas as engenharias envolvidas no processo ferroviário, a engenharia eletrônica na sinalização, a engenharia elétrica na rede aérea, a engenharia conceitual no planejamento estratégico, de operações e na gestão de contratos, enfim, chegamos a engenharia civil, engenharia de via permanente, engenharia de instalações necessárias para que o trem se movimente com conforto, segurança e economia. Confesso que esperei muito por esse dia, rever meus pares, muitas vezes renegados em minhas escolhas, mas visitar a engenharia civil seria como uma volta para casa.

E foi. Na verdade com mais detalhes engraçados do que imaginei a princípio. Depois de tantas interpéries, menas, pobrema, metáforas futebolísticas, mim fazendo, mim acontecendo, pra mim olhar, pra mim ficar, me senti de volta a faculdade. Foi um festival de celulares tocando, cada um com seu toque diferente, mambos, tangos, música eletrônica. Parecia que via um pouco de todos os meus professores em todos os engenheiros.

A princípio o parágrafo acima pode parecer uma crítica, não é; não é também um elogio, é uma constatação. As classes tendem a se diferenciar e talvez a minha classe se diferencie por esses rasgos de personalidade, essa urgência de comunicar-se sem atentar ao método. Nós engenheiros podemos nos comunicar com todos, com os peões e com os gerentes, de uma maneira muito peculiar. Erramos no português e falamos de História, de Física, de Matemática e ainda pensamos economicamente. Sem contar que nos demos a liberdade de opinar, e opinamos em tudo! Política, economia, tamanho do Estado. Perto de tudo isso, geometria de via, construção de lastros, bueiros e métodos construtivos parece ser o que fazemos quando não estamos opinando. Estava precisando resgatar meu lado engenheiro!

Como estava na dúvida sobre o que significava degenerar, consultei um dicionário. Não sei se saí a eles, ou se degenerei, mas lembrei do ditado, e achei bem simbólico de tudo isso.

Houaiss – Degenerar (vi): 1. Perder ou ter alteradas (o ser vivo) as características da sua espécie; abastardar-se. 2. mudar para um estado qualitativamente inferior; declinar, estragar(-se). 3. Mudar para pior, transformar-se piorando (vti). 4. ocasionar ou adquirir maus hábitos ou práticas; corromper-se (vti). 5. provocar deturpação ou alteração; deturpação (vtd).

terça-feira, junho 10, 2008

A Zona Leste é insustentável!

Transumância
Quando entrei na CPTM achava graça da enorme quantidade de gente e do tumulto que isso gerava na estação da Luz devido ao Expresso Leste. Passado mais de dois meses, a simples idéia que vou passar por ali já causa um certo mal-estar, uma pequena depressão. È muito triste ver e viver esse tumulto. Existe uma pressão muito grande sobre mais de 800 mil habitantes que estão retornando para a zona leste pela CPTM (sem contar os mais de 1 milhão de habitantes que estão retornando pelo metrô). Empurra-empurra, aperto, brigas diárias, depredações, vandalismo, vagões crentes. Todos os dias expomos muita gente a uma condição muito irreal, sem contar a irrealidade de obrigarmos as pessoas a viajarem mais de 3 horas por dia para vir, e mais 3 horas para voltar com todo esse tumulto.

A minha primeira impressão é que tudo se resolveria por uma técnica adequada na movimentação destas pessoas. Acho que a função de engenharia é essa mesma, realizar de uma maneira economicamente viável, ambientalmente sustentável e democraticamente as ambições de uma sociedade. Mas até que ponto essa transumância é viável. Será que a sociedade sabe o quanto custa manter um crescimento desordenado desta maneira? Será que sabemos qual o impacto ambiental disso tudo? Será que não estamos expondo estas pessoas a preconceito e diminuindo as possibilidades de se realizarem após todo esse tempo e esse tumulto?

O mais louco desta discussão é que num primeiro momento se culpa o morador (quem mandou querer morar em Ferraz de Vasconcelos!). Ao mesmo tempo a tentação para tendências autoritárias é gigantesca. O difícil é imaginar uma solução para um problema destas proporções de maneira democrática e inclusiva. E aí nasce um problema grande, será que o município é mesmo o lugar correto de enfrentarmos este problema. Afinal, o Estado inteiro paga para transportarmos essas pessoas. Cabe lembrar que esse não é um problema consolidado, é um problema dinâmico, a zona leste tem taxas de crescimento superiores às do centro.

Num primeiro momento, acho que precisaríamos de dados certos sobre o impacto dessa migração em massa. A sociedade precisa saber que isso ocorre. Gente morrerá sem saber o que é o Expresso Leste, pagará por isso e não saberá. Sofrerá o impacto e não saberá. Acho que o passo seguinte será conseguir criar pólos de desenvolvimento nessa região. E não é o Tatuapé não! O Tatuapé está muito perto, aliás o Tatuapé é um centro gerador de congestionamentos, não de solução. A medida que vai atraindo novos empreendimentos, colocará mais carros nas ruas e não diminuirá a pressão da zona leste.

Acho interessante idéias como a USP Leste, além de educação e oportunidades são necessários empregos. E como atrair empregos para uma região tão difícil de chegar. Talvez o lado engenheiro pregue mais obras viárias de forma a acabar com o isolamento.

Especulação imobiliária

Combater a especulação imobiliária é necessário, mas, muito além de um problema social é um problema moral. Pergunte a qualquer cidadão e a maioria não condenará a especulação imobiliária. Ela nos foi vendida como uma esperteza, um olhar empreendedor do dono do imóvel. Nunca, jamais, como um ato que lesa a sociedade. Acho que o Estado, nesse caso as prefeituras, devem regulamentar os instrumentos que lhe foi dado pelo Estatuto da Cidade, e principalmente, a sociedade deve saber o quanto isso custa para ela. Está faltando marketing nesse combate, talvez esteja faltando clareza para os movimentos sociais para conseguirem frear isso.



Tumulto durante a quebra de um trem do Expresso Leste



Foram apedrejados 3 trens sendo mais de 60.000 pessoas afetadas



Estação Júlio Prestes

domingo, junho 08, 2008

Pecados Inocentes (Savage Grace)


Bem, se tivesse o dom de fazer uma comparação, adoraria comparar Pecados Inocentes com o Talentoso Ripley, O Grande Gatsby e Suave é a Noite e talvez tivéssemos um retrato de uma época, seria um exemplo interessante para sabermos como chegamos até aqui. Talvez seja pessimismo, mas fico com a sensação que perdemos uma onda interessante de libertação do indivíduo com a liberação sexual e a L’age d’Or do pós guerra (embora F.Scott Fitzgerald seja do entre-guerras, não acho que se perde do que estou tentando dizer).

Quando falo em libertação, digo no sentido de deixar as pessoas mais livres de tabus para seguirem seus caminhos, nesse ponto, tradição, religião, família, dinheiro, sucesso, são marcos na nossa história que nos conduzem; reverter tudo isso seria nos deixar sem marco nenhum, de maneira que fôssemos construindo novos paradigmas, ou pelo menos, construíssemos os mesmos de anteriormente, mas sem o misticismo e sim de uma maneira clara.

No entanto, em todas essas histórias, quando os personagens estão prestes a viver o mundo dos desejos, essa superação acaba levando para caminhos que realmente não nos levam a felicidade. Algo como se as novas formas de repente virassem novos marcos, se transformando em obsessão. Desta forma tudo que tinha de libertação na revolução sexual e no progresso, se tornaram novos marcos que as pessoas repetem sem produzir nenhuma mudança no final das contas.

Após toda a babaquice acima, adorei Pecados Inocentes, achei incrível como os tabus vão aparecendo, se rompendo, mas não de uma maneira libertadora, e sim de uma maneira muito sofredora. Embora totalmente longe do nosso dia a dia, e quebrando muitos dos nossos tabus. A história se apresenta como possível, como realidade. Não sei se o dinheiro ajuda a acontecer tudo aquilo, mas nas outras três histórias que apresentei, o dinheiro era o grande motivador desses desajustes.

Dá até vontade de tomar um dry-martini, fumar e ouvir jazz e tentar fazer uma comparação melhor. Nunca serei crítico de cinema! Não sei olhar um filme, só consigo ver o efeito dele em mim.

quinta-feira, junho 05, 2008

A professora de piano


Acontece muito comigo assistir um filme, gostar dele e quando o assisto novamente, esse filme se apresenta como novo. E digo novo não como metáfora de um entendimento novo, e sim como realmente novo, como se não lembrasse de nenhuma cena. Talvez a lembrança seja a lembrança do choque, o filme foi tão bom que retive em minha mente que gostei, mas como não discuti com ninguém, não lembro dos detalhes. Como entre a primeira vez que vi A professora de piano e esta surgiu um blog onde propus apresentar o que assistia, resolvi escrever sobre o filme e ver se consigo reter alguma coisa dele.

Não deixa de ser uma história de amor, se os atos de amor, de entrega, de recusa e de dúvida não fossem tão dramáticos e não-convencionais, não seria mais interessante que Amor de Perdição, no entanto, a intensidade e o fato de não ser convencional deixa o filme fantástico. Adoraria ver um psicanalista analisando o filme, como essa superação da mãe, a necessidade de entrega pode ser fantástica e como as coisas não-convencionais nos assustam! Não sei se fomos criados a achar que as atitudes de Tereza e Mariana são aceitáveis, no entanto, as reações de Érika são igualmente intensas e sofridas. No entanto, há negação do sexo em todas as heroínas citadas, só que a de Érika é mais moderna. E aí entra numa das discussões mais fantásticas que tive sobre como o sexo não é libertador e sim uma grande amarra, e nisso Érika se perde igual a Mariana.

Sem contar que a Áustria é muito mais propícia a uma história como A professora de piano do que Amor de Perdição (talvez porque ainda não vi Sissi, quem sabe mudo minhas idéias e sabriniso a Áustria).

Que filme fantástico, comecei a vê-lo no sábado e dormi, assisti na segunda-feira e ainda tenho insights sobre ele. Por enquanto ainda lembro de muitas cenas, estou até fazendo um esforço para não esquecê-lo.

Isabelle Huppert

Criei uma certa paixão pela Isabelle Huppert. Se um dia fosse entrevistado pela revista Quem e eles me perguntassem que é minha atriz favorita, diria de bate-pronto: Isabelle Huppert. Ela me convence, mesmo sendo inexpressiva. Como tem cara de paisagem essa mulher! Engraçado que só lembro dela nesse filme e em Merci pour le chocolat. Virei fã! Quero muito assisti-la como Madame Bovary.