E a classe média vai ao paraíso...
Assisti a Apenas o Fim e saí com a sensação de que não participei da festa. Me negaram um convite, talvez não seja tão dourado quanto àquela juventude, nem tão cult para entender as referências musicais e culturais. Num dos poucos filmes brasileiros urbanos, eu não estava lá. Rompeu-se o mito da classe média, classe média são os outros, são eles! Não conhecia as bandas que eles falavam, nunca estive acostumado com seu humor neurótico nem tampouco com o paradigma de amor de que tratavam.
Estava out, não era hype o suficiente para compreender a profundidade do universo cult do Baixo Gávea. A grande crise foi perceber que os que os personagens eram, foi o que um dia eu quis ser. Até um certo ponto fiquei feliz em ter fracassado nesta missão. Afinal transfigurações são experiências místicas não sociais.
Não estou tirando o mérito do filme, acho que da mesma maneira que a Zona Sul carioca assitiu à Linha de Passe tateando o diferente, a Zona Leste paulistana que verá Apenas o Fim poderá sentir ao vê-lo as diferenças gritantes no modus vivendi destes personagens. Pode soar um pouco preconceituoso, principalmente para meu único leitor, mas a diferenciação de classe neste filme ultrapassa o tema universal e principal do filme que é o fim do relacionamento.
Embora pareça que esteja criticando, é um filme que deve ser visto. É um filme diferente desta onda de comédias de massa com ritmo de novela, tem seu charme, busca o novo. Pena que esta vanguarda talvez só pôde ser absorvida em parte por mim pelo meu total estranhamento com o mundo dos personagens.
A cereja do bolo porém é saber que entre os cults e os descolados deste mundo (e do mundo do filme) há aqueles que trocariam todos os filmes do Godard por um filme dos Transformers! Foi o grande momento de interseção entre mim, o filme e a platéia do Espaço Unibanco!
Sem querer criar um bairrismo desnecessário, mas imagino a glória de assistir este filme no Espaço Unibanco Botafogo!
Assisti a Apenas o Fim e saí com a sensação de que não participei da festa. Me negaram um convite, talvez não seja tão dourado quanto àquela juventude, nem tão cult para entender as referências musicais e culturais. Num dos poucos filmes brasileiros urbanos, eu não estava lá. Rompeu-se o mito da classe média, classe média são os outros, são eles! Não conhecia as bandas que eles falavam, nunca estive acostumado com seu humor neurótico nem tampouco com o paradigma de amor de que tratavam.
Estava out, não era hype o suficiente para compreender a profundidade do universo cult do Baixo Gávea. A grande crise foi perceber que os que os personagens eram, foi o que um dia eu quis ser. Até um certo ponto fiquei feliz em ter fracassado nesta missão. Afinal transfigurações são experiências místicas não sociais.
Não estou tirando o mérito do filme, acho que da mesma maneira que a Zona Sul carioca assitiu à Linha de Passe tateando o diferente, a Zona Leste paulistana que verá Apenas o Fim poderá sentir ao vê-lo as diferenças gritantes no modus vivendi destes personagens. Pode soar um pouco preconceituoso, principalmente para meu único leitor, mas a diferenciação de classe neste filme ultrapassa o tema universal e principal do filme que é o fim do relacionamento.
Embora pareça que esteja criticando, é um filme que deve ser visto. É um filme diferente desta onda de comédias de massa com ritmo de novela, tem seu charme, busca o novo. Pena que esta vanguarda talvez só pôde ser absorvida em parte por mim pelo meu total estranhamento com o mundo dos personagens.
A cereja do bolo porém é saber que entre os cults e os descolados deste mundo (e do mundo do filme) há aqueles que trocariam todos os filmes do Godard por um filme dos Transformers! Foi o grande momento de interseção entre mim, o filme e a platéia do Espaço Unibanco!
Sem querer criar um bairrismo desnecessário, mas imagino a glória de assistir este filme no Espaço Unibanco Botafogo!
2 comentários:
Dizem por aqui em terra carioccis que "Apenas o Fim" é um título justificadíssimo para esse filme, o povo tava metendo o pau essa semana dizendo que o filme segue a linha "Domingos de Oliveira" de glorificar a Zona Sul... Mas se até o Woody Allen ficou famoso por glorificar uma Nova Iorque que não existe, quem somos nós para criticar tal subjetividade, né? Teremos sempre os "Se Eu Fosse Você" da vida para provocar risadas mais universais e tranversais (com exceção dos que entendem "Apenas o Fim", é claro - parece que quem dá risada em "Apenas o Fim" não daria risada com as gags do Tony Ramos e da Gloria Pires...
Obs.: que autocomiseração é essa de único leitor? tem gente comentando pra burro aqui, inclusive eu...
Ai James, na verdade não é a glorificação da Zona Sul, mas de um modus vivendi Zona Sul que é estranho para mim que não sou daí.
No essencial, sim, é um filme sobre o fim de um relacionamento e ponto. A luta de classe está nos detalhes!...rs
Postar um comentário