Confesso que fiquei chocado com a cobertura que foi dada à barbárie ocorrida dentro de uma universidade por causa de um vestido curto. Parecia que o problema todo era o vestido e não a barbárie e a falta de tolerância com o diferente que os alunos desta universidade mostraram.
Depois de tanta luta contra o machismo, como é possível que uma mulher seja hostilizada e tenha que sair escoltada pela polícia por causa de um vestido? Como é possível que dentro de uma universidade, onde o saber de diferentes correntes é ensinado e estudado possa ter um ritual tão medieval contra a mulher? E como a imprensa, ao invés de investigar a causa de tal reação inconsciente e coletiva, de uma moral chauvinista, pode ter se concentrado apenas no vestido e não no acontecimento?
Nestas viagens de férias acabei topando com um livro fantástico do Philip Roth, Indignação, onde ele conta um caso chamado de “noite das calcinhas brancas” onde estudantes WASPs invadiram os dormitórios das meninas, expondo-as, e expondo suas calcinhas como troféus. No livro, o fato se dava num ambiente de profunda repressão sexual e de uma moral protestante ascética profunda. Agora, é possível pensar que na Uniban estamos num ambiente de profunda repressão sexual e de uma moral protestante ascética?
Para mim é machismo e nada mais que isso, machismo estimulado pela imprensa e pela universidade que é incapaz de superar este mal. Se uma mulher não pode se vestir do jeito que ela bem entender, ela não está sendo respeitada como mulher, como ser que é igual a todos. E às meninas que justificaram a barbárie pelo tamanho do vestido, estas são mais machistas ainda, já que para se posicionarem no mundo tiveram que renunciar a diferença, embarcando por conta própria no machismo reinante.
Depois de um século onde tabus sexuais foram derrubados, onde a mulher entrou no mercado de trabalho, que a mulher conseguiu se colocar no mundo não renunciando sua feminilidade e sim a ressaltando e buscando o direito de ser mulher, depois do Segundo Sexo e da geração pós-Segundo Sexo, depois de Camille Paglia, a mim, só resta a vergonha de conviver num mundo onde um vestido curto, que até pode ser inadequado, justifica o vandalismo, justifica uma caça ao diferente.
Depois de tanta luta contra o machismo, como é possível que uma mulher seja hostilizada e tenha que sair escoltada pela polícia por causa de um vestido? Como é possível que dentro de uma universidade, onde o saber de diferentes correntes é ensinado e estudado possa ter um ritual tão medieval contra a mulher? E como a imprensa, ao invés de investigar a causa de tal reação inconsciente e coletiva, de uma moral chauvinista, pode ter se concentrado apenas no vestido e não no acontecimento?
Nestas viagens de férias acabei topando com um livro fantástico do Philip Roth, Indignação, onde ele conta um caso chamado de “noite das calcinhas brancas” onde estudantes WASPs invadiram os dormitórios das meninas, expondo-as, e expondo suas calcinhas como troféus. No livro, o fato se dava num ambiente de profunda repressão sexual e de uma moral protestante ascética profunda. Agora, é possível pensar que na Uniban estamos num ambiente de profunda repressão sexual e de uma moral protestante ascética?
Para mim é machismo e nada mais que isso, machismo estimulado pela imprensa e pela universidade que é incapaz de superar este mal. Se uma mulher não pode se vestir do jeito que ela bem entender, ela não está sendo respeitada como mulher, como ser que é igual a todos. E às meninas que justificaram a barbárie pelo tamanho do vestido, estas são mais machistas ainda, já que para se posicionarem no mundo tiveram que renunciar a diferença, embarcando por conta própria no machismo reinante.
Depois de um século onde tabus sexuais foram derrubados, onde a mulher entrou no mercado de trabalho, que a mulher conseguiu se colocar no mundo não renunciando sua feminilidade e sim a ressaltando e buscando o direito de ser mulher, depois do Segundo Sexo e da geração pós-Segundo Sexo, depois de Camille Paglia, a mim, só resta a vergonha de conviver num mundo onde um vestido curto, que até pode ser inadequado, justifica o vandalismo, justifica uma caça ao diferente.
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