terça-feira, agosto 04, 2009

Foi apenas um sonho

Ainda estou sob efeito de Foi apenas um sonho. Já haviam me falado que era bom, mas não sabia que me causaria tanto impacto. Que filme bom!

Engraçado é perceber, e aceitar, como as pessoas fogem da mediocridade. Somos todos os dias bombardeados de casos de sucesso, de proezas inimagináveis, de belezas inatas e construídas que diferenciam as pessoas, ao mesmo tempo em que caminhamos cada dia mais para a massificação.

Fico meio receoso em usar a palavra massificação uma vez que estamos cada dia mais na era da diferenciação social, dos interesses difusos e coletivos, mesmo que ainda haja a polaridade burguês-proletário, há tantos tipos de burgueses e tantos tipos de proletários que não se pode mais tratá-los como o Manifesto Comunista os tratava. (esse parágrafo é uma tentativa de justificar o massificação, já que realmente não estamos mais tão massificados assim...)

Posto isso, ao mesmo tempo em que se foge da mediocridade com a idéia de que qualquer um pode ascender à glória por seus próprios meios, seja ele do talento, da beleza, da inteligência, o caminho que nos é dado é um só. E esse caminho que poderia nos tirar da mediocridade, tende a nos levar a ela.

Afinal, ganharás o pão com o suor do seu trabalho e há de ter responsabilidades, e tudo isso pode solapar de vez qualquer talento, beleza e inteligência que poderia vir a trazer uma realização plena.

Aí entra o filme. Quando você acha que o casal romperá o estilo de vida. Onde sofrem a reprovação de todos do seu convívio social e ao mesmo tempo os fazem repensar seus próprios modos de vida. O casal não consegue romper o ciclo. O casal não, o marido.

Triste busca incessante esta a da felicidade. Pelo menos a diferenciação nos dá a graça de criarmos nichos alienantes que podem nos dar a idéia de sermos bons e diferentes, mesmo dentro da geléia geral.

(Que textinho marxista, não o imaginei assim, mas é uma forma de análise, ou não)

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