quarta-feira, agosto 26, 2009

O grande risco das pequenas mentiras

Sempre acreditei na afirmação do título e até já tive provas de que realmente é verdade que as pequenas mentiras trazem consigo mais riscos que as grandes. Quando se mente por muita coisa, os detalhes se tornam maiores e mesmo uma contradição pode passar desapercebida pela grandiloqüência da história. Quando se mente pequeno, por comezinha que é a mentira, se ela suscita dúvidas, os detalhes desmontam o castelo de cartas. Mesmo porque se já existe uma dúvida em coisas corriqueiras, a credibilidade do mentiroso já está desvendada a priori.

Neste caso, dona Dilma está se mostrando uma filha que não aprendeu direito as lições do pai. Sempre que alguém pôs sob mácula a imagem do seu mentor e mestre, ele soube através da grandiloqüência e de um certo sebastianismo afastar-se dela, mesmo que a sombra pairasse sobre seus companheiros de luta que cada dia que passa se transforma e se deforma. Dilma não, mente por pouco, e como desconfia-se do pouco que faz, seus pequenos enganos vão aparecendo, assim como um título de doutora que ela não tinha, assim como um encontro que ela diz que não teve e que não teria porquê provar, assim como aceitou que até poderia provar que não o teve se tivesse os registros, assim como o contrato de segurança indica que não se pode apagar os registros e sic transit gloria mundi.

Não acredito que aqui chegaremos a histeria de uma mentira boba quase derrubar um presidente como foi com Clinton, mas será que somos tão amigáveis às pequenas mentiras a ponto de elegermos uma pequena contadora de histórias?

Os governos passam e a administração pública fica

Começo a sentir orgulho da Receita pela prova de lealdade à administração pública que seus funcionários estão dando ao pedirem exoneração dos cargos de confiança. Isso mostra o quanto este governo interfere na burocracia para auxiliar seus amigos. Assim aconteceu na Fazenda quando para defender Palocci abriram o sigilo bancário do caseiro acusador ou quando o ministro Hélio Costa pressionou a Anatel a aceitar a fusão da sócia do filho do presidente contrariando a lei e o espírito da privatização da telefonia. Também podemos lembrar que esta série de exonerações forçadas ou voluntárias começou para proteger a Petrobrás, totalmente loteada, de ser autuada pela Receita.

Enfim, a administração pública fica e este governo quer ficar per omnia secula saeculorum se enraizando na administração, na boquinha amiga e companheira.

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