Mas afinal, o que é um bom filme? Essa questão pode provocar confusão, afinal, classificar um filme como bom mexe com algumas convicções muito individuais.
Acabei de assistir um filme que eu adorei: Corpos Ardentes (Body Heat). É incrível o papel que o calor tem neste filme, talvez o calor seja um personagem maior que o William Hurt. Achei as cenas tão sufocantes que parecia que o mormaço do filme se transferiu para a sala e antes de chegar nos 40 minutos eu já tinha abandonado o edredon. Os primeiros 40 minutos do filme são vermelhos e amarelos, mas não é um vermelho Almodóvar, é um vermelho calor, calor de Jacareí praticamente.
Mas o engraçado de tudo é que o calor mexe realmente com a gente, o calor é sexy, intenso e eu acho que as reações seguem este mesmo ritmo. Há uma cena no início que o policial fala que o calor deixa as pessoas irritadas, que elas acordam suadas, e que elas se sentem desafiadas a romper a lei.
Após o crime o calor relaxa, até as noites dos filmes se tornam mais frescas e talvez a serenidade volte para os personagens também.
Fazia tempo que não via um filme tão sexy. A cena em que o William Hurt conhece a Katleen Turner é fantástica. Uma coisa bonita de ver, no limiar da baixaria. Adoro essas situações limites, e o filme todo é de situações limites, impulsionadas pelo calor.
Acabou o filme, desliguei a tevê e bebi um copo d’água. Que calor! William Hurt ganhou um fã. A meta agora é assistir O Beijo da Mulher Aranha que deu a ele um Oscar.
Amanhã estou indo para Campinas, vou passar o dia lá. Vou dormir torcendo para que dê 40 graus na sombra! Estou querendo intensidade! Não que não tenha encontrado no frio, mas que o calor dá um je ne sais quois, se dá!
Um comentário:
Pois assista O TURISTA ACIDENTAL. Hurt em sua melhor forma. E uma estória muito apropriada. Bom, enfim!
Postar um comentário