sexta-feira, julho 27, 2007

Hoje acordei meio Revolucionário!

Recursos Hídricos

Diante do marasmo do trabalho, do marasmo da novela das 8, do frio, de acompanhar o Hugo indo e vindo de concursos públicos; tomei uma decisão radical: vou prestar um concurso! O que me chamou a atenção foi um concurso para a Empresa de Pesquisa Energética. Há um cadastro de reserva para Analista de Pesquisa Energética Junior – Meio Ambiente/Recursos Hídricos cujo conteúdo da prova é exatamente as matérias que eu mais gostei na faculdade!

Ok, o salário é menor, a vaga é no Rio, e pra piorar é um cadastro de reserva, não existe garantia de vaga. Mas o simples de fato de me inscrever e começar a estudar me deu um ânimo tão grande que não consigo mais dormir sem olhar algum manual de estudo energético. Meus livros e apostilas estão em Jundiaí, só vou buscá-los no próximo fim-de-semana, no entanto, o pouco material que tenho aqui já me satisfaz bastante.

Talvez seja a maior contradição do mundo uma pessoa tão esquecida, tão descontrolada como eu gostar de planejamento, mas como eu gosto desta coisa de planejar estudo, controlar dados, verificar, séries históricas, modelos. Nunca vou esquecer um curso que fiz de Estudos de Enchentes onde manejamos uma montanha de dados para conseguir um simples dado de vazão máxima (aliás, um dos tópicos da prova).

Sendo assim, redescobri um prazer que estava a muito tempo adormecido, estudar. Não sei se vou passar, sou péssimo de memorização e não trabalho sob pressão, mas o fato de estar num rumo, já está me fazendo bem!

Non ducor, duco!

Pra quem já utilizou “não sou eu quem me navego, quem me navega é o mar” para preencher o quadrinho de “quem sou eu” no orkut; colocar algo como “non ducor, duco” é um grande passo. Acho que cansei um pouco de ser conduzido, preciso conduzir um pouco.

Um parêntesis

Engraçado, mas todas essas leis de regulação são assinadas pelo Fernando Henrique Cardoso. Talvez corrobore a minha tese que ele regulamentou o Estado Brasileiro. Talvez pela formação de engenheiro, talvez pelo tecnicismo, não consigo vê-las como leis autoritárias (estou falando aqui da Lei do Plano Nacional de Recursos Hídricos), consigo ver o tal dos interesses difusos coletivos e individuais representados dentro dos órgãos do Sistema Nacional de Recursos Hídricos pelas organizações civis. Talvez, essas organizações sejam muito técnicas e pouco populares. Mas a ação política (regulada pelas diretrizes do SNRH) cabe ao poder executivo, eleito pela maioria da população. As organizações como tais, representantes do interesses difusos coletivos e o Ministério Público, podem contrabalancear a ação do poder executivo.

No entanto, me peguei pensando agora, será que o movimento dos desalojados pelas barragens faz parte do conselho? Se não, cabe ao Ministério Público representá-los. Assim eu espero! Para não acabar com minha crença na lei!

Lei Trípoli

Talvez por ignorância, quando estava fazendo o parêntesis acima lembrei-me da Lei Trípoli que todo mundo fala muito mal, que a chamavam fascista, mas que achei a Lei interessante, plural e democrática a ponto de quase votar no Ricardo Trípoli nestas eleições. Ok, depois descobri outras pressões da SMA sobre alguns licenciamentos que acabaram com a mágica, mas acho que quando a lei é boa, já é um começo.

Queria ser um interesse difuso coletivo!

Adoro esse termo. Me lembra Emília Rutkowsky (a professora mais picareta que já conheci), Alain Tourine, lembra Lei Trípoli, Resíduos, Ciesp. Estava numa fase tão boa da minha vida quando fiz Ecologia! Apaixonei-me pelo Gabeira (principalmente depois de ler O Crepúsculo do Macho), conheci Cidades Invisíveis, comi muito no Gatti. Depois de tudo isso fui pra Argentina. Não que a Emília tenha feito alguma diferença nisso tudo, mas foi um símbolo!

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