Não é o trabalho que dignifica o homem, mas o homem que dignifica o trabalho. Quando falo em compromisso com o trabalho, muito além de desemprego e renda gostaria que entrasse em pauta também a necessidade de se poder realizar um trabalho onde o homem consiga criar, se expor, pensar; entregando-se plenamente e com vontade ao trabalho.
Afinal, mesmo com taxas decrescentes do índice de desemprego de 2003 pra cá, temos uma contradição no rendimento médio do pessoal ocupado. Resolvi por os dois governos Fernando Henrique e os dois governos Lula para não me acusarem de parcialidade. Vamos aos dados, para evitar a sazonalidade, considerei para comparação de agosto/98 à agosto/08, uma vez que no site no DIEESE, a série histórica só ia até agosto de 2008 (que me evitaria abrir todos os relatórios para conseguir fazer a conta, afinal hoje é feriado e não é dia de ter tanto trabalho assim).
Em agosto de 1995 a taxa de desemprego na Região Metropolitana de São Paulo era de 12,9% e em agosto de 2008, 14,0%. A princípio, pouca variação. Se pegarmos a taxa de agosto de 2002 (final do governo Fernando Henrique), a taxa foi de 18,3%, um crescimento de 41% na taxa de desemprego, um crescimento bastante alto. Em agosto de 2003 chegamos a 20%, sendo que aí já tínhamos 8 meses de governo Lula. De agosto de 2003 à agosto de 2008, temos uma redução de 30%. O que corrigiu uma taxa de desemprego já alta. Nesta taxa de desemprego, considerei o emprego total (com carteira e sem carteira).
No entanto, se olharmos os rendimentos, defletidos pelo IPCA na cidade de São Paulo, com base em agosto de 2008, temos o seguinte quadro: Em agosto de 1995, o rendimento médio das pessoas ocupadas eram de R$ 1.773,58, em agosto de 2002, R$ 1.264,93, uma redução de 28,7 % do rendimento médio. Em agosto de 2003 o rendimento foi de R$ 1.181,35 (redução de 6%), enquanto em agosto de 2008, o rendimento foi de R$ 1.215,72, com um acréscimo na renda do governo Lula de 3%.
O que quis pôr acima foi que: no governo Fernando Henrique, a reestruturação econômica e principalmente a crise de 1999, tirou do mercado 6% da População Economicamente Ativa ({[(100-18,3)/(100-12,9)]-1}x100}) e houve um arroucho de 28,7% no seu rendimento médio. No governo Lula, foi posto de novo no mercado 7,5% da População Economicamente Ativa, mas o acréscimo de renda foi de somente 3%. O que pode significar empregos com baixos rendimentos ou uma alta taxa de inflação.
Na verdade todos esses números servem para voltar no primeiro parágrafo. Será que todo esse aumento nos postos de trabalho foram feitos para que esses trabalhadores tivessem seus sonhos como trabalhador realizado? Talvez por isso nesse 1º de maio, ao invés de glorificarmos taxa de desemprego e renda, deveríamos pensar em que formas conseguiremos pôr o trabalho em primeiro lugar na nossa sociedade, ao invés do capital, (princípio da socialdemocracia) e que esse trabalho também seja fruto do melhor das pessoas, que elas possam se realizar neles. Construir com o trabalho não somente o fruto deste trabalho, o rendimento, mas também a realização pessoal.
Talvez com essa crise, os números piorem, e aí surja uma grande oportunidade (é um clichê total essa história de crise e oportunidade, mas enfim) de conseguirmos pensar em melhores formas de se trabalhar, para que o trabalhador se sinta realizado nos seus trabalhos, que consigam sobreviver aos custos e às tentações do consumismo. Como isso pode acontecer eu não sei. Antes era contra a história de economia solidária, mas por quê não? Talvez quando este trabalho for feito realizando os anseios de todos, podemos construir uma sociedade mais justa, mais tranqüila (só a justiça gera a paz, lema da campanha da fraternidade deste ano) e mais ecológica.
São apenas divagações sobre o Dia do Trabalho, que assim como o Dia Internacional da Mulher, deve ser comemorado e principalmente refletido. Afinal, se ganharás o pão com o suor do seu trabalho, que esse suor não seja somente o suor da dor, mas também o suor bom do esforço para atingir algo que se quer.
Afinal, mesmo com taxas decrescentes do índice de desemprego de 2003 pra cá, temos uma contradição no rendimento médio do pessoal ocupado. Resolvi por os dois governos Fernando Henrique e os dois governos Lula para não me acusarem de parcialidade. Vamos aos dados, para evitar a sazonalidade, considerei para comparação de agosto/98 à agosto/08, uma vez que no site no DIEESE, a série histórica só ia até agosto de 2008 (que me evitaria abrir todos os relatórios para conseguir fazer a conta, afinal hoje é feriado e não é dia de ter tanto trabalho assim).
Em agosto de 1995 a taxa de desemprego na Região Metropolitana de São Paulo era de 12,9% e em agosto de 2008, 14,0%. A princípio, pouca variação. Se pegarmos a taxa de agosto de 2002 (final do governo Fernando Henrique), a taxa foi de 18,3%, um crescimento de 41% na taxa de desemprego, um crescimento bastante alto. Em agosto de 2003 chegamos a 20%, sendo que aí já tínhamos 8 meses de governo Lula. De agosto de 2003 à agosto de 2008, temos uma redução de 30%. O que corrigiu uma taxa de desemprego já alta. Nesta taxa de desemprego, considerei o emprego total (com carteira e sem carteira).
No entanto, se olharmos os rendimentos, defletidos pelo IPCA na cidade de São Paulo, com base em agosto de 2008, temos o seguinte quadro: Em agosto de 1995, o rendimento médio das pessoas ocupadas eram de R$ 1.773,58, em agosto de 2002, R$ 1.264,93, uma redução de 28,7 % do rendimento médio. Em agosto de 2003 o rendimento foi de R$ 1.181,35 (redução de 6%), enquanto em agosto de 2008, o rendimento foi de R$ 1.215,72, com um acréscimo na renda do governo Lula de 3%.
O que quis pôr acima foi que: no governo Fernando Henrique, a reestruturação econômica e principalmente a crise de 1999, tirou do mercado 6% da População Economicamente Ativa ({[(100-18,3)/(100-12,9)]-1}x100}) e houve um arroucho de 28,7% no seu rendimento médio. No governo Lula, foi posto de novo no mercado 7,5% da População Economicamente Ativa, mas o acréscimo de renda foi de somente 3%. O que pode significar empregos com baixos rendimentos ou uma alta taxa de inflação.
Na verdade todos esses números servem para voltar no primeiro parágrafo. Será que todo esse aumento nos postos de trabalho foram feitos para que esses trabalhadores tivessem seus sonhos como trabalhador realizado? Talvez por isso nesse 1º de maio, ao invés de glorificarmos taxa de desemprego e renda, deveríamos pensar em que formas conseguiremos pôr o trabalho em primeiro lugar na nossa sociedade, ao invés do capital, (princípio da socialdemocracia) e que esse trabalho também seja fruto do melhor das pessoas, que elas possam se realizar neles. Construir com o trabalho não somente o fruto deste trabalho, o rendimento, mas também a realização pessoal.
Talvez com essa crise, os números piorem, e aí surja uma grande oportunidade (é um clichê total essa história de crise e oportunidade, mas enfim) de conseguirmos pensar em melhores formas de se trabalhar, para que o trabalhador se sinta realizado nos seus trabalhos, que consigam sobreviver aos custos e às tentações do consumismo. Como isso pode acontecer eu não sei. Antes era contra a história de economia solidária, mas por quê não? Talvez quando este trabalho for feito realizando os anseios de todos, podemos construir uma sociedade mais justa, mais tranqüila (só a justiça gera a paz, lema da campanha da fraternidade deste ano) e mais ecológica.
São apenas divagações sobre o Dia do Trabalho, que assim como o Dia Internacional da Mulher, deve ser comemorado e principalmente refletido. Afinal, se ganharás o pão com o suor do seu trabalho, que esse suor não seja somente o suor da dor, mas também o suor bom do esforço para atingir algo que se quer.
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