quarta-feira, julho 22, 2009

Mas afinal: você é a favor do quê?

No blog do Marcelo Coelho ele comentou o quão fascinante é a política norte-americana a partir da análise de Milk. Não deixo de concordar com ele, não que conheça muito da política norte-americana, mas sim no argumento de que os interesses no Brasil não são muito claros. Na verdade, não há temas e não há lados.

Tente pensar num tema nacional que esteja sendo discutido no Congresso ou pela sociedade. Não há! Não se discute juros, não se discute superávit, não se discute um plano educacional, simplesmente não se discute. As coisas são aprovadas sem discussão, sem necessidade das pessoas se mostrarem.

Mesmo nesta crise do Senado, há um vai e volta, uma escamoteada de idéias. Uma névoa entre o dito e o feito que chega ser torturante.

O presidente Lula fala coisas contraditórias dependendo da platéia, fala de austeridade fiscal e equilíbrio para empresários e fala de gastos públicos e bolsas para a platéia. A oposição faz o mesmo, ao mesmo tempo em que bate no governo por causa da farra do dinheiro público, não faz absolutamente nada para impedir isso, aliás, aprova, dá voto. Governo negocia posição, oposição negocia posição, governo pressiona, oposição obstrui. Agora negociar e obstruir o que se não há nada para negociar? As discussões são cosméticas, não envolvem a sociedade, são para a propaganda política e só.

Vou mirar na oposição agora. Não era o caso de obstruir a aprovação da LDO para preservar os antigos critérios de superávit e impedir o aumento do gasto público? Afinal, quem quer eficiência e equilíbrio fiscal, deveria obstruir qualquer iniciativa do governo neste sentido! Não é impedir o governo, é ter coerência entre programa e voto!

Pois bem, pretendo investigar mais os candidatos que votarei em 2010 e abaixo listei coisas que eu me moveria para defender:

Aborto;
Política de equiparação para mulheres;
Jornada de 36 horas semanais;
Fator previdenciário;
Criação de mais faixas de Imposto de Renda;
Que o Imposto de Renda seja o principal imposto do país;
Criação do Imposto sobre Herança e Grandes Fortunas;
Limite de 60% dos gastos públicos com pessoal, incluindo aposentados;
Superávit primário de 2,5% no orçamento da União;
Privatização dos Correios;
Privatização da Petrobrás;
Voto distrital misto;
Voto em legenda;
Vinculação orçamentária automática para Educação (Como em São Paulo);
Criação do Código Ambiental, consolidando a legislação ambiental dispersa;
Proibição de estímulo a indústria de automóveis e motos;
Que o trabalho corresponda a pelo menos 60% da Renda Nacional.

Bem, não sei onde vou acrescentar isso, mas eu acredito nisso e procuro isso, ou algo disso, em quem eu voto.

A propósito.

Neste ponto entra meu encantamento pela Soninha e pelo Gabeira. Acho que eles podem sim representar a discussão.

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