Se um dia eu fosse escrever uma novela para TV eu adaptaria O Grande Gatsby. Sem entrar naquela discussão sobre a contemporaneidade dos clássicos, a grande virtude do livro é que os personagens, embora descritos na Era do Jazz, não são datados, então tanto podemos enxergar Gatsbys em muitos lugares, um pouco menos de Nicks e um número crescente de Toms e Dayses.
Lógico que o retrato da Era do Jazz deixa o livro fabuloso, afinal tenho impressão que foi um dos períodos mais fantásticos que nossa civilização já viveu. Entre o Fim da Primeira Guerra e o Crash de 29 a modernidade deve ter atingido seu ápice. O bom do livro é que de uma maneira enviesada ele até zomba um pouco da modernidade.
A primeira vez que o li fiquei tão fissurado nas festas que não percebi a beleza do fim. Pois no fim, mesmo numa sociedade aberta para o sucesso, o berço dá uma segurança extra. Embora queiramos sempre acreditar que isso não existe, haverá sempre a diferenciação da elite e dos emergentes e ela se imporá na hora certa, como no livro.
Gostei de ter relido!
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