domingo, maio 20, 2007

O Bebê de Rosemary


O programa deste sábado à noite foi assistir um DVD em casa, e com meus pais! Na verdade meu pai abandonou o projeto antes dos 20 minutos, sobrando somente minha mãe e eu na sala. É engraçado, mas a única vez que fomos ao cinema os três (eu, meu pai e minha mãe) foi para assistir A Profecia, de tal forma que vamos nos especializando em filmes de terror.

Comprei O Bebê de Rosemary numa fúria consumista que tive no sábado passado enquanto passeava pelo centro de São José dos Campos. Lembrava que tinha assistido o filme, mas não lembrava do filme. E não é que eu gostei muito do filme?

Adorei as cenas, pausadas, de uma ambigüidade tremenda entre o sonho e a realidade, durante todo o filme dá pra desconfiar se Rosemary estava mesmo esperando um filho do diabo. As cores, os prédios, as seqüências sem efeitos especiais, tudo isso contribui para um filme interessante. Achei interessante também a posição de Rosemary, uma mulher em vias de emancipação, não é uma mulher moderna, mas também já não é mais uma mulher dos anos 50.

Lembrei-me muito de uma explicação que o Mauricio me deu a respeito de A Bela da Tarde, onde o fato das cenas de sonho estar encadeadas com as cenas de realidade, sem cortes, ou sem introdução a esse espírito, fazia com que a Realidade fosse a grande discussão daquele filme. Não seria o mesmo caso aqui? Embora os fatos do dia a dia vão levando a perceber que o sonho de Rosemary é sim a realidade!

E no entanto, no fim, a maternidade supera o nojo, eu achei fantástico o final. De uma realidade, e de uma fantasia. A maternidade e a vaidade superam o nojo. A maternidade e vaidade superam também um limite ético. Não caberia a mãe matar o diabo?


Gostei do filme, achei um filme bonito, intrigante. Procurando no google sobre o diretor, fiquei com vontade de assistir outros dois filmes dele: Repulsa ao Sexo e O Inquilino. A ver.

2 comentários:

Mauricio disse...

Vc nunca viu Repulsa ao Sexo? Eu já vi umas 3 vezes, é muito bom!!

E eu lembro de terminar de ler O Bebê de Rosemary no ônibus, e ficar com medo de andar até em casa...

Anônimo disse...

Vc talvez gosta tb de Eraserhead, do David Lynch, meu diretor favorito de todos os tempos. É o filme mais indie dele, talvez o mais bizarro, e tb trata da maternidade - ou melhor, neste caso, paternidade!